terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Vida de substituições

Como já disse na postagem anterior, depois de ser eventual, assumi um cargo como substituta, onde fiquei por mais de seis meses. A vida de substituta não muda muita coisa da vida como eventual. A diferença é que pelo menos aqui na minha cidade, eventuais eram contratados enquanto que para ser substituta, precisei fazer um concurso público específico para o cargo. Eventuais contratados geralmente eram mandados embora ao final do contrato.
Bom, assim como na minha vida de eventual, era muito triste quando eu assumia uma sala em que a professora titular estava de licença e depois de algum tempo com as crianças eu era obrigada a sair porque a professora havia voltado. Eu ficava muito chateada mas fazia parte do meu serviço como substituta. Apesar de aceitar isso, não posso dizer que os pais dos alunos ou que os próprios alunos aceitassem isso com tamanha facilidade. Com algumas salas cheguei a ficar por mais de três meses. Conheço colegas que ficaram por quase um ano!
E era sempre a mesma coisa: depois de ficar um bom tempo com determinada sala, ter o maior trabalho para me adaptar ao cronograma, ao organograma, aos alunos (incluam aqui os indisciplinados que eu até passava a gostar por aprender a lidar), após criar vínculo com os funcionários da escola, de me acostumar com toda a rotina, aplicar avaliações, corrigi-las, fazer vários planejamentos de aula e ficar horas pensando em qual a melhor forma para passar determinados conteúdos para a turma, sempre chegava o momento em que eu deveria partir. Nem preciso confessar que isso era desestimulante. Às vezes, eu ficava muito apegada aos alunos (e para a minha pessoa isso será inevitável sempre, mas a vida de substituição também me ajudou a lidar com isso, ao menos um pouco melhor), e após muitas cartinhas, abraços, lá estava eu, indo para outra atribuição para substituir em outra escola... 
Algumas pessoas dizem que professores eventuais/ substitutos, não tem tanta responsabilidade pois a sala não é deles. Porém, concordo em partes. É mesmo verdade que eventual/ substituto não é dono da sala. Mas quando leva o assunto a sério,e ficam por um tempo considerável com a sala, eu diria que fazem um trabalho muito mais complicado. Entendam que não estou aqui falando daqueles substitutos que passam horas apenas conversando com os alunos para "matar o tempo" tipo o filme "Professora sem classe". Estou falando de profissionais que se comprometem com o que estão fazendo. Digo que é mais difícil porque imagine só como é pegar uma sala "com o bonde andando" e simplesmente cair ali de paraquedas. O professor substituto, tem que absorver muitas informações em pouco tempo, principalmente se for novato. E vai ter que correr ainda mais atrás, se o diretor da escola não orientá-lo ou simplesmente orientá-lo superficialmente. Então não é fácil. As coisas ficam literalmente rodando na cabeça de um professor substituto que saiu de uma sala do Maternal e foi parar num 4º ano do Fundamental, por exemplo.
Mas também há sempre o lado bom em ser eventual ou substituto. Vou listar aqui, algumas vantagens:

1- Você adquire muita experiência, pois não fica "acomodado" como alguns professores que passam anos lecionando com alunos da mesma faixa etária e que nunca se arriscaram com outras turmas. Nada melhor do que adquirir experiência. 

2- Costumo dizer que você só sabe se gosta ou não de uma coisa ou se ela dará certo, se você a fizer e experimentar. Então, depois de ser eventual e frequentar várias escolas e conhecer várias faixas etárias, poderá  decidir com qual faixa etária se sentiu mais a vontade para trabalhar. Alguns professores juram que o Ensino Infantil é melhor do que o Fundamental, mas há quem prefira trabalhar com EJA por exemplo.

3- Ao trabalhar em várias escolas, você poderá ter noções sobre como são bem sucedidas as escolas em que os diretores fazem boa gestão. Então, se o diretor não te recebeu bem, esqueça de indicar a escola dele para a remoção futuramente.

4- Se tiver sorte, você fará boas amizades, tanto entre alunos, como pais, professores e funcionários.

5- Soa contraditório, mas você aprende a controlar ao menos um pouquinho esse costume de ficar apegado às pessoas (isso pode ser mais difícil para pessoas como eu que no final sempre se apegam kkkkkk, mas agora passei a superar isso mais rápido, pois a vida continua).







Um comentário:

  1. Tudo tão confuso, não sei pq um professor que presta um concurso para professor, é contratado inicialmente como substituto...

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