segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O 6º Ano inesquecível

Atendi o telefone, era de manhã. A secretaria de uma escola estava me ligando, pedindo para que eu fosse substituir aula em um 6º ano. No momento, eu nem pensei em nada. Estava sem aula, disse que iria sim. Foram combinados os horários e ela me avisou que a substituição seria de uma aula de Inglês. Quando caiu a minha ficha, quase enlouqueci.  Dar aulas para alunos mais velhos, ainda por cima de Inglês??? Era certo que seria apenas uma aula de substituição, mas mesmo assim... Meu Inglês também nunca foi dos melhores, aliás se eles estivessem em um nível avançado de Inglês, eu estava mais perdida do que poderia imaginar.
No mesmo instante, comecei a procurar material e atividades. Seria algo difícil porque arrumar conteúdo de Inglês, sem saber como andava o Inglês dos alunos, parecia uma loucura. 
Existem muitas ideias na internet para aulas de inglês, mas encontrar atividades para 6º ano, em pouco tempo estava sendo uma tarefa difícil.
Muito além de preparar a aula, eu estava mais preocupada com os alunos..... Eu estava acostumada até então, com crianças pequenas, bem mais novas. A verdade é que eu estava morrendo de medo de não ser bem aceita por uma turma de pré-adolescentes.
Preparei a aula. Imprimi com ajuda do meu irmão alguns passatempos básicos de Inglês. Liguei na escola para saber quantos alunos tinham na classe, para levar as atividades em número correto. Procurei em meus próprios cadernos antigos, alguma atividade bacana para trabalhar com eles. Por sorte, tive bons professores de Inglês.
No dia de ir dar a aula, me vesti de forma simples. Coloquei um tênis no pé, uma camiseta qualquer e uma calça básica. Acordei bem mais cedo para poder pegar ônibus e chegar no horário certo. Fui com medo, mas fui.
Quando cheguei lá, fui super bem recebida pelos funcionários. Expliquei que eu era iniciante na carreira e perguntei um pouco sobre a turma. Eles me falaram que o problema naquela sala, era o barulho.. E que se eu precisasse de qualquer ajuda, eles estariam ali. Me senti mais confiante.
Então, finalmente entrei na sala, o sinal tocou e lá estava eu. A sala na verdade não era pequena, mas parecia pequena, pois havia muitoooooos alunos. As carteiras ficavam próximas uma das outras e naquele dia, quase nenhum aluno faltou.
Me apresentei para aqueles vários olhinhos pré-adolescentes. Todos aqueles olhos estavam me observando. E finalmente perguntaram a minha idade. Respondi que tinha 21(naquele tempo). Eles me acharam nova. Teve alunas elogiando minha roupa.


Depois de feita as apresentações, estava um barulho infernal, mas quando entreguei as atividades sugeri que fizessem em grupo. Eles adoraram a ideia. Fizeram silêncio. Fiquei espantada, não havia aluno sem fazer o que pedi. Descobri que eu havia levado uma atividade a menos e o aluno reclamou, pois queria participar da atividade. Ele mesmo se prontificou a ir na secretaria e pedir para que imprimissem uma cópia pra ele. Eu estava chocada. E os funcionários da escola eram tão eficientes, que na falta de uma máquina de xérox, refizeram a atividade por computador num piscar de olhos!!!

 Tivemos uma aula bem dinâmica e aos poucos aquele meu medo foi passando... Eu tinha adorado aquela turma. Depois de terminarmos as atividades e juntos corrigirmos, vistei os cadernos. Entreguei uma folha para que eles escrevessem sugestões para a professora de Inglês deles, com nomes de músicas que juntos eles poderiam traduzir em sala de aula. Pareceram gostar muito da ideia, e aquela folha foi passando de mão em mão. Alguns alunos, no final da aula, me mostraram cadernos de desenhos muito legais e trocamos muitas ideias. 

Eu simplesmente havia adorado tudo ali. Percebi que fui preconceituosa com a faixa etária dos alunos. Acho até que me entendi bem com eles, por também ser jovem. 

Na saída, a diretora e os funcionários me perguntaram como havia sido e eu disse que gostei demais. Entreguei para eles a folha com o nome das músicas que os alunos sugeriram para a tradução. A diretora gostou a ideia. Aliás, a diretora foi extremamente gentil, me deu conselhos, uns toques e me animou!

Nesse dia, voltei para a casa feliz, satisfeita com o resultado da aula. Mudei completamente a minha visão e opinião a respeito de alunos mais velhos... Lembro deste dia com carinho!

domingo, 27 de outubro de 2013

Momento de reflexão: o que é ser educador?

Antes de começar a escrever sobre o tema, preciso esclarecer algo sobre o que aconteceu ontem no Facebook. Segundo o supervisor da página Auxiliares de Educação em Itapetininga, novamente fui restabelecida na página, porque de acordo com os meus comentários, não houve nada ofensivo que me fizesse ser banida da página. Isto me deixou muito contente ontem, pois eu acho que nós temos que respeitar a opinião das pessoas, concordando ou não com elas. Outra coisa que me deixou feliz, foi o fato do blog ter sido divulgado por lá, de forma bacana. Enfim, mas não foi somente isto o que me fará escrever mais um post aqui.

Depois de tudo o que aconteceu ontem, algo me fez refletir sobre o que é ser educador. Afinal, o que é ser educador? Internet é algo complicado. Uma frase que se diga errada ou seja mal interpretada, pode comprometer todo o seu ponto de vista, então resolvi tentar colocar o meu ponto de vista aqui, da melhor maneira possível.

Eu acredito que todas as pessoas em uma Escola, todos os funcionários, tem o seu papel educador e o seu papel fundamental para o bom funcionamento das atividades educacionais. Afinal, trata-se justamente de uma Escola, um ambiente escolar. Até mesmo os pais e responsáveis são educadores. E nós como educadores que somos, jamais deveríamos nos surpreender com o fato de que os próprios alunos são educadores. Eles também nos ensinam muitas coisas...

Mas então começa a confusão, qual é a diferença de professor e educador? Essa é a questão que as pessoas têm confundido e a resposta ainda é ambígua. Se uma professora diz que é educadora para um pai de aluno, essa informação irá passar batida, mas se a auxiliar de limpeza da escola faz a mesma afirmação para o pai de aluno, este talvez irá questionar, até que ela mesma explique o motivo da afirmação.

Em resumo, professor é o profissional que prepara as aulas. É o professor quem irá avaliar, correr atrás de conteúdos, procurar a maneira didática para ministrar determinado conteúdo. É quem vai conversar com o aluno quando as coisas não estiverem muito bem. Professor é quem vai procurar auxílio de auxiliares da educação quando necessário (na Educação Infantil, principalmente), é quem vai contar com a ajuda dos outros profissionais de uma Escola do mesmo modo.

Mas é certo dizer que o professor é educador? Sim.
É certo dizer que os outros funcionários da Escola são educadores? Sim.
Mas, seria certo dizer que todos os funcionários da escola são professores? NÃO!

E é aí que o bicho pega. Em uma Escola todos são educadores, mas cada um tem seu papel fundamental, caso contrário, poderíamos simplesmente chamar desde o diretor até o caseiro, de professores.
 A Educação ultimamente está tão confusa e tão lastimável, que a falta de professores no mercado é grande. Aí é mais fácil colocar outros profissionais para substituir o professor. Isto é um erro sem tamanho! Não estou desmerecendo os outros funcionários, gente, pelo amor de Deus! Mas se eu me calar diante do que vem acontecendo em muitas escolas não só no município, assim como no Brasil inteiro, eu vou estar desmerecendo os professores, não vou?
Isto na verdade, vira um desrespeito grande com todos os funcionários e principalmente para com os alunos.

Quando eu digo que uma Escola pode ser comparada a uma empresa, assino embaixo. A diferença é que estamos lidando com seres humanos e não com uma mercadoria qualquer. Em uma empresa cada um tem seu papel fundamental e isto deveria ser respeitado. O "produto" de nossa empresa, são os alunos. Será que eles saem das Escolas com toda a bagagem que deveriam, será que estamos formulando bem os nossos "produtos"? 
E digo mais, na minha opinião, a empresa que respeita e reconhece a importância de cada classe de trabalhador, é uma empresa bem sucedida. Em empresas bem sucedidas, não há espaços para alguém se sentir acima de outra pessoa só porque está em uma ocupação diferente. E também não há pessoas se inferiorizando porque ocupam um cargo diferente, não existe preconceito. Mas cargos diferentes irão existir sempre, de fato.
Não vou entrar em méritos de salários e todo o resto. Aliás acho que isso é pessoal de cada um. Posso ganhar uma merreca e estar feliz ou não. Estarei no meu direito de lutar por melhorias. Posso ganhar bem e dizer que ganho uma merreca, e aí? A questão de dinheiro, salário, fica para a Prefeitura ou Estado, afinal, não sou eu quem paga o salário de ninguém!
Outra coisa, títulos para mim é o que menos interessa. Criei este blog justamente por acreditar que ninguém é melhor do que ninguém, esteja ou não em uma ocupação maior. Uma auxiliar de educação pode ter maior competência naquilo que faz, do que um professor. Assim como uma auxiliar de limpeza pode ter mais competência do que uma auxiliar de educação!
Estou falando aqui, de respeitar o papel, a ocupação de cada um em uma escola. E respeitar está acima de qualquer salário, na minha opinião.

Seria um absurdo por exemplo, um homem fazer concurso para tratorista e quando assumir o cargo dar de cara com um táxi para dirigir! Onde está o respeito nisso?

Na minha opinião, dentro da escola, se auxiliar está fazendo papel de professor, professor fazendo papel de auxiliar, faxineira fazendo papel de cozinheira, diretor fazendo papel de secretário, opa, opa, opa... Tem coisa errada, não acham?

Na próxima postagem, vou falar sobre como foi a minha experiência em dar aula em um 6º ano... =)

sábado, 26 de outubro de 2013

Depois de divulgar o blog em uma página de Facebook...

Para divulgar o blog em uma página de Facebook aqui do meu município, chamada Auxiliares de Educação em Itapetininga, colei o link do meu Blog, com o último texto que escrevi. A princípio, parecia tudo normal, porém o assunto do post anterior, como em um pesadelo, pareceu vir à tona na prática.
Sempre participei da comunidade Auxiliares de Educação em Itapetininga, desde que me convidaram, porque tenho respeito e reconhecimento pelo trabalho desses profissionais... Porém, para a minha decepção, o moderador* da página, distorceu as palavras de meus comentários, a ponto de me fazer parecer uma professora metida, que se coloca acima desses funcionários, só porque tem um diploma. Muito triste... Esse tipo de coisa, só vem a fortalecer o meu texto anterior. Dinheiro é sempre colocado acima de qualquer ambiente harmonioso onde as pessoas estão satisfeitas com seus trabalhos. De quebra a pessoa(moderadora da página), ainda me bloqueou, não posso argumentar mais nada na página. Por quê será, hein? Aí, ela simplesmente pegou um trecho dos meus comentários e postou lá na página deles, como se fosse um comentário avulso e sem justificativa.... 

Abaixo, vou colar para vocês todo o histórico de comentários que foram feitos e depois me digam se eu disse alguma ofensa.... =/


Nesta parte eu disse isto aqui, foi justamente essa parte, essa minha resposta que ela copiou e colou lá na página Auxiliares de Educação em Itapetininga:

Joanna diz: "...Está no meu ponto de vista mesmo, não nego e não tenho nada contra as pessoas lutarem por seus direitos. Não nego que os auxiliares de educação são imprescindíveis, assim como todos os outros funcionários da escola. Um diretor, não tem a mesma função que um professor. Assim como um professor não tem na escola, a mesma função que o auxiliar de educação e o auxiliar não tem a mesma função que a secretária e assim sucessivamente. Porém, todos esses profissionais estão ali por um objetivo em comum, que é complementar a educação. Dizer que todos eles são educadores, seria um erro. Cada um desses funcionários lutou por sua vaga, seja fazendo concursos, faculdade e cursos. Ninguém pode começar sendo supervisor de ensino por exemplo, se é que me entende. Em relação a salários, quer queira quer não, a realidade é essa. Uma empresa (e sim, podemos comparar a escola à uma empresa), tem a sua hierarquia. Desde o estagiário até o chefe. Não tenho nada contra as pessoas lutarem por melhoria de salário, por reconhecimento e por respeito. Mas respeito, a gente conquista."





Bom, como puderam ver, eu não tive nem mesmo a oportunidade de dar uma resposta... Enfim. Agora ela pegou uma parte de meus comentários e jogou lá na comunidade... Claro que a maioria irá fazer críticas destrutivas, isto é óbvio, por este motivo mesmo que ela postou lá... Porém, o texto anterior mesmo, que escrevi sobre o ambiente escolar, ela não fez a menor força para divulgar... Que pena!

RETIFICAÇÃO*: Pelo meu entendimento anterior, pensei que quem havia me bloqueado na página Auxiliares de Educação em Itapetininga, havia sido o moderador da página. Mas após ser excluída desta página, percebi que não era o moderador quem esteve me bloqueando nos comentários.
Então, fica aqui minhas desculpas. Tenho noção de que apesar de ter sido excluída da página, estão em total  direito. Assim como estou no meu direito de manter as fotos dos comentários anteriormente feitos, aqui postadas!!!!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Ambiente escolar: um ambiente de amor ou de intrigas???

Talvez o título pareça um pouco forte. Mas que atire a primeira pedra, aquele que nunca vivenciou um ambiente de intrigas na área da Educação!
Quando terminamos nossos estudos, saímos do curso repletos de mensagens otimistas sobre o ambiente escolar. Acreditamos que iremos encontrar uma escola onde todos se entendem, se respeitam, os alunos são participativos, os jovens professores iniciantes bem acolhidos... Onde o projeto político pedagógico não é apenas um papel de faz de conta. Acreditamos que iremos encontrar uma escola perfeita e um ambiente de amor, focado nos alunos. Mas quando vamos vivenciar a prática, as coisas não são bem assim.
Para ser sincera, para quem está começando, é muito raro encontrar um outro professor, colega de trabalho, que estenda a mão para o jovem iniciante. Chega a ser hipocrisia, ver tantos cartazes que foram trabalhados em sala de aula combatendo o Bullying, todos espalhados pela escola, quando na verdade, os próprios professores são discretamente atuantes do Bullying.
O comum mesmo, é encontrar um ambiente de fofocas, panelinhas e intrigas entre colegas de trabalho. A competição , fala muito mais alto do que qualquer profissionalismo. O pior, é que isso não rola somente entre professores, não. Isso rola entre os funcionários também. São auxiliares que ficam de picuinha, não auxiliam os professores quando devem, sempre tentando tirar o corpo fora da tarefa que na verdade lhe cabem. São remuneradas para fazer um trabalho que não fazem. E se o professor pedir auxilio, aí é que fazem mais cara feia, pois acham que estão recebendo ordens.
Também batemos de frente com a má administração da escola. Diretores que não sabem se impor quando é necessário, não dão exemplo e também gostam de ver "o circo pegar fogo". Promovem um ambiente de desamor, estão interessados apenas no salário, do que verdadeiramente na melhoria do ensino e o bem dos alunos.
Me pergunto o motivo disso tudo. Gente, falamos tanto de uma educação de qualidade, lutamos tanto por um salário melhor, mas nos esquecemos dos princípios básicos e educação que nossos pais nos ensinaram?
Me pergunto até quando existirá professores que preferem negar ajuda, preferem desestimular outros professores e de quebra, ainda falar mal. Até quando haverá funcionários fazendo corpo mole porque julga que aquele trabalho não é dele, até quando vai existir falta de SOLIDARIEDADE? Por que alguém chega ao ponto de querer ver o outro pelas costas? Quando é que o "bom dia" e "boa tarde", vai sair do fundo do coração? E isto, quando existe o "bom dia" e "boa tarde"... Eu fico indignada com essas coisas.
E a sala de aula vira um grande espelho de tudo isso, né? Alunos desinteressados e salas indisciplinadas. Lidar com crianças e adolescentes, exige uma postura diferente. Como podemos exigir dos alunos, um ambiente de amor e solidariedade, quando nós mesmos não damos esse exemplo? Chega a ser ironia pedir para que os alunos compartilhem ideias e materiais, quando nós mesmos não fazemos isso.
Entendam que não estou querendo generalizar, mas sabemos que é muito mais fácil encontrar situações descritas acima, do que uma escola bem administrada, com funcionários sorridentes e professores focados em seus trabalhos sempre visando o bem do próximo. Existir, existe. Mas é raro.
Claro que escola perfeita nunca vai existir. Não somos obrigados a gostar de alguém ou de ir com a cara de fulano. Mas respeito, ética e profissionalismo, é algo que ultimamente tem sido deixado de lado.
Eu só faço votos de que um dia, a sala dos professores e as reuniões semanais, deixem de ser enfeite e que a união prevaleça em todas as escolas... Quem sabe um dia os eventuais e os novatos, possam ser bem recebidos, porque todos tiveram o seu início de carreira...
Quem sabe um dia, o ambiente escolar em todas as escolas, seja um ambiente de amor... E que tenhamos orgulho de nossas profissões, fazendo com que outros jovens queiram ser um dia professores!!!!!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O dia em que enfrentei uma sala de aula..

O dia em que enfrentei uma sala de aula pela primeira vez, como professora (volante ainda por cima), não foi dos melhores dias de minha vida. Só posso dizer, que é um daqueles dias que me lembrarei para o resto de minha vida...
A diretora, muito gentil por sinal, havia me contatado por telefone para substituir um Jardim. Na hora eu confesso que recuei, expliquei para ela que não tinha experiência e que não me via dando aula para crianças tão pequenas, na verdade eu nunca tinha dado aulas... Mas a diretora me confortou, disse que eu não precisava ter medo, que as funcionárias estariam lá para ajudar e me deixou confiante. Aceitei e combinei os horários.
No mesmo dia, preparei com ajuda de minha mãe, várias atividades e uma dinâmica de grupo.
Quando chegou o dia de ir, me lembro de acordar bem mais cedo (na verdade mal dormi na noite anterior), ainda me sentia insegura. Fiquei ainda mais insegura porque soube por telefone que uma tia de meu pai que morava em outra cidade, uma pessoa muito querida havia falecido... Fiquei ainda mais nervosa. Mas eu não podia deixar de ir dar a aula.
Acabei indo nervosa mesmo e muito insegura. Quando cheguei na escola, fiquei com frio na barriga, mas as funcionárias me receberam bem. Já na entrada dois alunos que eram da minha turma me avisaram que eram bagunceiros. Mas não me intimidei.
Uma das funcionárias da escola me avisou que naquela sala havia uma menina com Síndrome de Down. Confesso que na hora eu fiquei ainda mais nervosa, não por preconceito, mas por desinformação.
Esperei por um tempo e levei a turminha em fila para a sala, para formar a fila já foi um caos, mas as auxiliares ajudaram. Chegando lá, eu já estava totalmente esquecida da rotina do Ensino Infantil... Percebi que minha aula não tinha sido bem planejada. Ainda vieram funcionárias me avisar dos horários de lanche (que aconteceram dentro da sala de aula mesmo), "jantinha" (que pra mim até hoje se chama merenda) e parque da criançada. Eu estava ultra assustada e as crianças perceberam isso.
Comecei com a dinâmica onde as crianças deveriam pegar uma das carinhas na roda para dizer como elas estavam se sentindo. Assim elas se apresentavam e tinham um tempo para falar.
Logo chegou a hora do lanche que era dentro da sala de aula mesmo, o que me surpreendeu e onde eu deveria servir o suco e dar os biscoitos. Havia criança reclamando pra todo o lado, onde uma falava que a outra tinha pegado dois biscoitos e outra criança tinha pegado três.... Com paciência contornei a situação.
Depois, entreguei as atividades para que elas fizessem, mas elas terminaram super rápido. Fiquei impressionada e percebi que eu deveria improvisar. Foi aí que dei os blocos para eles. Arrumei as cadeiras da rodinha longe, e deixei eles sentados em grupos, só então entreguei os blocos. Meu pesadelo aconteceu quando vi uma das crianças virar a caixa de blocos e todos eles se espalharem pelo chão.... Havia blocos pela sala toda!!!!!!!!!!!!! Deixei com que brincassem com os blocos por 15 minutos e então ordenei que deveríamos recolher e guardar. O problema é que alguns alunos não queriam ajudar e a sala virou uma loucura! Num piscar de olhos eu já estava irritada, nervosa e chateada, então veio um bloco direto para a minha testa! Isso mesmo, uma criança atacou um bloco em minha testa!!! Deu duro mas no final consegui fazer todos se acalmarem. 
Depois de uma "blocada" na testa, eu sobrevivi....
Depois de cantar vááááárias músicas infantis e o barulho na sala ser extremo, era hora da merenda da criançada. Mais uma vez, com dificuldade e muitas brigas entre alunos para saber qual seria o primeiro da fila a dar a mão para a professora, consegui sair da sala. Para fazer com que eles lavassem a mão, outro pesadelo: tinha criança querendo jogar água uma nas outras.... Um caos.
Depois da tal "jantinha" ou merenda, hora do parque. As crianças nem esperaram, correram para a piscina de bolinhas, outras para o "gira-gira". Havia bolinhas espalhadas pela escola inteira, criança brigando, criança girando no gira-gira na velocidade da luz. Neste momento pensei "CADÊ AS AUXILIARES MEU DEUS???". Foi então que avistei uma moça que julgo ser auxiliar, pedi a ela para que colocasse o sapato numa criança (detalhe que o sapato dela não queria entrar), assim eu poderia tomar conta das outras crianças, ou tentar pelo menos... Ela aceitou. Mas aí me perguntei porquê motivos ela não foi ajudar antes...
Corri para todo lado, eu já estava rouca, com dor nas pernas e enlouquecida...
A criança que menos me deu trabalho, era a que tinha Síndrome de Down. Aquela menininha tinha mesmo gostado da minha pessoa, isso talvez era o que ainda me mantinha ali, sem enlouquecer de vez...
Estava demorando, mas foi aí que deu treta na piscina de bolinhas. Me descuidei por 3 segundos, estava de costas dando atenção para o gira-gira, mas foi suficiente para ter uma briguinha lá na piscina de bolinhas. Um menino bateu a perna no outro e começaram a brigar. Não demorou para ter criança chorando.
O caso foi parar na diretora que foi super gentil e explicou que um dos alunos já estava dando problema fazia um tempo. 
Depois disso, retornamos para a sala, fiz leitura para a classe que estava super agitada e não viam a hora de ir embora. No fundo eu também não via a hora.
Mais uma briga aconteceu no bebedouro, um aluno ensopou o outro de água. Um havia pedido para ir ao banheiro e o outro para beber água, a briga aconteceu lá fora. Eu não vi, porque estava tão enlouquecida que não me lembrei de proibir dois saírem ao mesmo tempo. Mais choradeira.....
Quando chegou a hora da saída, os pais vieram buscar as crianças na sala. Naquele dia elas estavam sujas, mas estavam vivas. Certamente estavam cansadas também. Me despedi e dei um abraço em cada uma das crianças. 
Fui embora um caco mas firme. Aquela experiência não havia sido das melhores, mas confesso que quando me lembro desse dia e dessas crianças, não sei porque, mas tenho saudade...... Vai entender?

Bom, este foi a loucura que vivi no primeiro dia em que enfrentei uma sala de aula. Eu disse que não foi dos melhores... Mas talvez eu tenha passado a minha insegurança para eles, além de não ter planejado direito a aula. Com o tempo a gente aprende...

Na próxima postagem, vou falar um pouquinho sobre o ambiente escolar....

Começar a dar aulas e o medo dos iniciantes...

Saí da faculdade e agora?

Esta é a pergunta que fazemos depois que o curso acaba. E isso não se restringe apenas à área da Educação. Mas para nós, que vamos entrar em um mundo novo, onde nenhum aluno é igual ao outro, nenhuma turma é igual a outra e muito além de lidar com crianças ou adolescentes, estaremos lidando com adultos (colegas de trabalho e pais de alunos), pensar em tudo isso, pode nos dar um imenso frio na barriga...
A grande verdade é que em alguma hora precisaremos começar se quisermos fazer valer aquele pedaço de papel que se chama diploma e conquistamos com tanto esforço e estudos.
Então aqui vão algumas dicas para os professores iniciantes ou professores eventuais iniciantes:

1- Encare o seu medo. Até mesmo os melhores professores tiveram medo, isso é normal, mas enquanto você não começar, não saberá se realmente escolheu a profissão certa. Quanto mais cedo souber se fez a escolha certa, melhor. Eu já disse e gosto de repetir que estágio não é suficiente na área da Educação. Talvez em outras áreas seja eficiente, mas na área da Educação é fraco, pois estaremos lidando com seres humanos, seres complexos a nível extremo. Então o jeito, é você mesmo se colocar à prova. Teve uma oportunidade de ficar em uma sala de aula? Agarre a oportunidade e vá.

2- Se outros profissionais o desestimularem ou até mesmo pessoas do convívio próximo te colocarem para baixo, falando somente coisas negativas a respeito da profissão, absorva apenas aquilo que te interessa e melhore o seu astral. Quem vivenciará as situações é você e não os outros. É comum bater de frente com colegas de trabalho mais experientes do que você e que de alguma forma não depositarão fé em sua capacidade, principalmente se você aparentar ter menos idade do que realmente possui, lembre que você precisa colocar fé em você mesmo e não os outros.

3- Se tiver dúvidas, pergunte. Não tenha vergonha. Pergunte para os colegas de trabalho que se mostrarem mais competentes e que apoiem o seu início como professor. Isso o ajudará a se enturmar, mostrar o seu interesse e responsabilidade em fazer o certo, suas qualidades e competências.

4- Prepare e organize suas aulas com responsabilidade. Não é porque estará substituindo que dará uma aula meia boca, principalmente se você estará substituindo aulas por mais de uma semana. Se não souber os conteúdos a serem ministrados para uma determinada turma, se informe, corra atrás.
Se for substituir aula por apenas um dia, programe uma atividade, prepare uma aula dinâmica. Acredite, aulas mal planejadas quase sempre são sinônimos de indisciplina. Depois, não adianta culpar o aluno por suas falhas.

5- Vista-se de forma adequada. Se você é jovem, esta dica é importante. Não é porque os tempos mudaram, que você deve exagerar e se vestir de forma extravagante.
(Obs. Se você possui tatuagens ou coisas do gênero isso não impede que dê aulas. É importante trabalhar com a turma a questão do preconceito. Isso não significa que você possa se vestir de forma extravagante, atenção!!! Dê o exemplo, isso é ainda mais importante no seu primeiro dia).

6- Fale de forma simples. Você está lá para dar aulas e não para mostrar que você é um gênio. Se você não souber responder alguma pergunta de algum aluno, tenha humildade e diga que vai pesquisar posteriormente. Haja de forma natural, pois você também é um ser humano e não um robô que sabe tudo.

7- No primeiro dia, os alunos normalmente ficam mais quietos do que o de costume. Explique para a turma que vocês estão se conhecendo e se possível prepare uma dinâmica para quebrar o gelo.

8- Procure ficar a vontade. Sei que no primeiro dia é difícil, mas se os alunos sentirem insegurança de sua parte, principalmente as crianças, provavelmente perderão o respeito.

9- Mostre que você é o líder. Haja como tal, mas saiba que ser líder não é apenas impor regras. É fazer com que o ambiente seja favorável para o aprendizado do aluno.

10- Permita-se errar. Todos erramos, não busque a perfeição porque ela não existe. Se o seu primeiro dia não foi assim tão legal, pode ser que os próximos sejam... Então não desanime.

ENCARE O SEU MEDO! VOCÊ ESTUDOU PARA ISSO!


Por enquanto essas são as dicas... Espero que ajude os iniciantes em algo ;) 
Na próxima postagem, compartilharei com vocês a experiência de como foi a primeira vez em que enfrentei uma sala de aula.....



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Vantagens e Desvantagens em ser Professor eventual

Vantagens

1- A primeira e maior de todas as vantagens, é a experiência, principalmente quando se é novato. Você poderá atuar em uma sala de aula sem ter toda a responsabilidade do professor titular da sala. Estará ganhando experiência na profissão que escolheu para a sua vida. Lembre que o estágio feito na faculdade, nunca é o suficiente. Se você ainda não começou e nunca entrou em uma sala de aula, ótima oportunidade para deixar os medos de lado e começar.

2- Conhecerá diversas escolas e suas respectivas regras. Cada escola possui o seu diretor e suas regras. Conhecerá também uma diversidade de turmas e alunos. Cada turma exige uma postura de sua parte.

3- Ficará mais por dentro de como funciona o mundo dos professores e nomenclaturas.

4- Aprenderá que todo trabalho possui vantagens, mas também desvantagens. Lidar com certas situações e picuinhas comuns no mundo dos professores, talvez não seja uma tarefa fácil no momento, mas aos poucos saberá que ninguém pensa da mesma forma que você e é seu papel respeitar ou impor suas opiniões quando necessário.

5- Se você é iniciante ou não, é uma boa maneira de ir ganhando uma grana antes de ser chamado em algum concurso público.

Desvantagens 

1- Se a sua cidade for tipo a minha e você trabalhar como eventual por contrato CLT, você não receberá auxílio transporte ou vale alimentação. Você não terá os benefícios de um titular ou efetivo...

2-  Talvez você comece a se sentir injustiçado (como é no caso de pessoas que são eventuais, mas já possuem experiência na área da educação), por estar na função de "tapa buracos" enquanto alguns titulares estão de licença e em muitos casos recebendo mais do que você, principalmente se esses titulares estiverem de licença médica sem necessidade real. (isso não deveria acontecer, mas sabemos que acontece...)

2- Se deparar com turmas muito indisciplinadas logo no início da carreira como professor, pode te fazer querer desistir da profissão. (Neste caso, vale lembrar que o eventual em questão, deve persistir e continuar tentando, de repente é apenas uma fase. Mas não fique dando "murro em ponta de faca". Um bom professor sabe planejar bem as aulas e gosta do que faz. Eu já mencionei antes que, gostar de crianças não é o suficiente para esta profissão.)

3- Se você é eventual, provavelmente não ficará por muito tempo em uma só escola. Isso também pode desestimular, já que poderá se apegar nos alunos, nos funcionários, na direção...

4- Nem sempre o eventual é bem recebido pela direção e funcionários da escola... Isto é algo lamentável na área da Educação. Na minha opinião, direção e funcionários que recebem mal os novatos, são pessoas preconceituosas e péssimos profissionais. Isso pode desestimular o novato ou eventual em questão.

5- Terá que ir em muitas atribuições, então é bom se preparar...


Bom, por enquanto são essas as vantagens e desvantagens de que me lembro. Mas é apenas minha opinião que mais cedo ou mais tarde, poderá mudar... Ou não hehe...
No próximo post, vou dar algumas dicas para quem quer ser eventual =D



terça-feira, 22 de outubro de 2013

O que é professor eventual?

Como eu já havia falado anteriormente, nem sempre as faculdades nos ensinam tudo o que precisamos saber para começar. Isso nos prejudica demais. Quando eu saí da faculdade, estava com 21 anos, mas a maioria dos alunos que se formaram comigo e eram de minha sala, eram beeeem mais velhos e tinham muito mais experiência no ramo da Educação. Eles estavam se formando apenas pelo diploma e seguir suas carreiras. Eu estava na busca de uma carreira. Nem todos os professores de minha faculdade foram capazes de perceber isso, o que também me prejudicou.

Algumas palavras como: remoção, atribuição de aula, professor efetivo, professor titular, professor eventual, professor volante, prova de títulos e toda aquela burocracia danada, me deixavam super confusa, afinal, como funcionava essa coisa toda? Para quem tem conhecidos próximos lecionando, talvez isso tudo pareça burrice de minha parte, mas o caso é que toda vez em que fiz uma pergunta para uma das pessoas que pareciam muito conhecer do assunto, elas complicavam ainda mais na resposta e isso me confundia muito! Percebam que em toda a minha burrice ou ignorância, como queiram chamar, eu procurei por respostas, o que já é um ponto positivo, não é? Continuei até o final da faculdade me sentindo ignorante, com vergonha de perguntar de novo...


Pois bem... Agora que entendo um pouquinho, posso dizer que a burocracia é tão grande a ponto de contribuir com o estado em que a Educação se encontra: lastimável...


Depois que fiz o meu primeiro concurso público de efetivos para área de educação e passei (muito mal diga-se de passagem, pois era final de ano, tinha TCC pra entregar ATC e todas as provas pra fazer...), fui descobrir como funcionava as atribuições de aulas. Na verdade, como passei mal, aqui em Itapetininga, eles me ofereceram o cargo de "professor temporário do ensino fundamental", tradução: professor eventual. Como o próprio nome já diz, eu vou lá substituir aulas em eventos de faltar professor, como é o caso de uma licença saúde (que há de ser muito estranha se for por tempo demasiadamente prolongado sem necessidade).Ser professor temporário ou eventual, significa trabalhar apenas com registro na carteira, ou seja CLT, mas sem vale transporte ou vale alimentação, porque eventual é isso aí um tapa buracos. Para quem está sem experiência na área, eu recomendo. Só acho uma sacanagem da prefeitura daqui, chamar os professores que passaram no concurso para efetivo, como regime CLT, já que está faltando tantos professores.... Mas é a tal burocracia infernizando as nossas vidas, não é?


Atribuição de aulas é quando chamam os "convocados", ou seja, quem normalmente passa no concurso, para atribuir as classes. Nessa atribuição será dividida as classes de escolas que precisam de professores. Funciona assim: se você é professor, passou no concurso, foi convocado para a atribuição, você vai lá e escolhe uma sala de aula de acordo com sua classificação. Quem passou antes, escolhe primeiro e assim sucessivamente. Numa atribuição, primeiro escolhem os professores titulares( aqueles que fizeram o concurso ou seja já são concursados), depois os substitutos efetivos (aqueles que fizeram concurso para substituto efetivo e passaram) e por último os eventuais, normalmente em regime CLT (como é aqui em minha cidade, aqui eles seguiram a lista de quem passou no concurso de efetivo mesmo, mas estava sem sala).

Sim, existem os substitutos efetivos. Eles também irão tapar buracos, a diferença é que eles recebem os vales alimentação, vale transporte, eles são concursados, donos do cargo de substitutos e ganham mais.E fizeram justamente um concurso específico apenas para substituir! Essa é a diferença entre substitutos efetivos e os eventuais (pelo menos aqui em Itapetininga, né?)

Existe também o professor volante que é parecido com professor eventual. Professor volante é aquele que recebe ligações 24 horas por dia (porque falta professor em todas as escolas), então se ligarem para ele às 6 da manhã, para ir dar aula às 7, ele vai. E eu sofri em ser professora volante, porque ao contrário do título, não dirijo, então ficava difícil para ir nas escolas mais longes.... Sinceramente, não compensa, a não ser no ganho de experiência, caso contrário o gasto será maior do que o lucro..... Isso sem contar na quantidade de aulas diferentes que você terá de preparar para anos e idades diferentes. Cada dia é uma escola, um tipo de aluno, um ano escolar e materiais diferentes.

Compensa mais ser eventual porque você fica com uma sala só, em uma só escola, por mais tempo, dependendo da atribuição.
Em próximas oportunidades falarei sobre o que é remoção e prova de títulos.

Na próxima postagem citarei mais vantagens e desvantagens em ser professor eventual.

Pedagogia, por quê?

Muitas pessoas me perguntam isso. Primeiro porque professores atualmente não ganham bem, segundo porque quase não possuem autonomia em sala de aula e terceiro porque a criançada está difícil de lidar.
E a minha resposta a isso tudo seria: destino.
Eu não vou falar de amor à profissão e nem tudo aquilo que todos gostam de mencionar, mesmo porque, no no caso de muita gente, eu diria que amor à profissão mesmo, você só descobre se tem por essa profissão, quando você vai lá e dá a cara a tapa. Então, nunca diga que ama dar aulas se você nunca deu aulas. Gostar de crianças não é o suficiente, isso eu garanto. No meu caso, eu diria destino porque anteriormente eu queria muito fazer o curso de Jornalismo, o que não aconteceu e acabei indo parar no ramo da Pedagogia. Antes que todos me critiquem, para quem não sabe, Pedagogia não é só dar aulas para criancinhas, embora hoje em dia quase 100% de quem se forma, fique na Educação Infantil ou na Fundamental I.
O ramo da Pedagogia é vasto... Vai muito além da sala de aula, mas também sejamos sinceros e sem ilusões, pouquíssimas pessoas que se formam na área (pelo menos aqui na cidade onde moro), saem das salas de aula ou já iniciam carreira como Pedagogos empresariais, por exemplo. A grande maioria acaba ficando na sala de aula mesmo.

Eu diria que quem escolhe Pedagogia aqui no Brasil, tem muita coragem rs.. Sim, a função não é para qualquer um. Ser professor de Ensino Infantil e principalmente de Ensino Fundamental, requer muita responsabilidade, afinal você estará construindo futuros adultos e acredite, qualquer coisa que você ensinar de errado, vai comprometer o aluno na vida adulta. Você ensina as crianças brincarem, mas deverá ter em mente que aquilo não é apenas recreação, para você não é apenas uma brincadeira.

Pessoas que não são professoras me diriam que estou exagerando, mas não é exagero. Basta se lembrar daquele professor que te humilhou ou te ensinou algo errado... Enfim. Ser professor é coisa séria, por um salário miserável (na minha opinião), afinal tem muito cargo por aí que exige ensino médio e o sujeito recebe muito mais, e além de tudo nos dias de hoje, o professor realmente não tem a autonomia de antigamente. Conclusão: essa profissão é para os fortes e requer muiiita, muiiiiiita paciência. Admiro todos os meus antigos professores, principalmente os de PEB I.

Agora vou falar um pouquinho do meu curso.... Fiz muitos amigos legais, tive professores bacanas (embora nem todos fossem bons) e estudei muito. Essa parte é a mais frustrante. Estudei muito, muita teoria, mas que na prática deixaram muito a desejar.
Durante o curso, aprendemos diversas maneiras digamos que "otimistas" para lidar com certas situações, mas que na prática não funcionam. Eu diria que isso é fruto do nosso atual Sistema de Educação, onde muito se idealiza e pouco se faz, sabe? Tudo deve ter um meio termo, caso contrário, vira utopia.
Em caso de estágio mesmo, já vi muita gente reclamar que foi mal recebida por diretores e funcionários e vocês verão mais pra frente que isso rola com professores eventuais também!
Acho um absurdo esse tipo de coisa, ainda mais no ambiente escolar, onde as pessoas deveriam ser amigas, companheiras sempre prezando pelo bem estar do aluno. (isso que acabei de dizer é uma das maneiras otimistas para se lidar com certas situações, mas que na prática nem sempre dão certo. Aprendi na faculdade).

Resumo: Se a sua faculdade não te preparar direito, você vai sair de lá, com um medo acima do normal (sim, porque ter medo é normal, mesmo que você saia de uma faculdade mega perfeita), em assumir uma sala de aula. Por isso eu te recomendo mais do que nunca, aulas eventuais para ir ganhando experiência.
Foi o que eu fiz. No próximo post explico melhor...


Objetivo do Blog

Olá pessoal.

Aqui neste espaço, pretendo compartilhar com vocês como tem sido a minha experiência em ser professora eventual..

A ideia é fazer com que iniciantes percam o medo de enfrentar a sala de aula, possam tirar dúvidas a respeito do mundo dos professores, possam entender como funciona essa história de professor eventual, fazer críticas ao atual Sistema de Ensino no Brasil ou no próprio município.

A vocês que por acaso do destino encontrarem este blog, fiquem à vontade para trocar experiências. Espero que as postagens façam alguma diferença nas suas vidas e possam ajudar de algum modo. Fiquem à vontade, ok? O objetivo do blog é que todos se sintam à vontade...

Na próxima postagem, falarei um pouco sobre a carreira que escolhi, os motivos, como foi o curso, enfim, tudo isso...

Então vamos lá!

=D