sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Ambiente escolar: um ambiente de amor ou de intrigas???

Talvez o título pareça um pouco forte. Mas que atire a primeira pedra, aquele que nunca vivenciou um ambiente de intrigas na área da Educação!
Quando terminamos nossos estudos, saímos do curso repletos de mensagens otimistas sobre o ambiente escolar. Acreditamos que iremos encontrar uma escola onde todos se entendem, se respeitam, os alunos são participativos, os jovens professores iniciantes bem acolhidos... Onde o projeto político pedagógico não é apenas um papel de faz de conta. Acreditamos que iremos encontrar uma escola perfeita e um ambiente de amor, focado nos alunos. Mas quando vamos vivenciar a prática, as coisas não são bem assim.
Para ser sincera, para quem está começando, é muito raro encontrar um outro professor, colega de trabalho, que estenda a mão para o jovem iniciante. Chega a ser hipocrisia, ver tantos cartazes que foram trabalhados em sala de aula combatendo o Bullying, todos espalhados pela escola, quando na verdade, os próprios professores são discretamente atuantes do Bullying.
O comum mesmo, é encontrar um ambiente de fofocas, panelinhas e intrigas entre colegas de trabalho. A competição , fala muito mais alto do que qualquer profissionalismo. O pior, é que isso não rola somente entre professores, não. Isso rola entre os funcionários também. São auxiliares que ficam de picuinha, não auxiliam os professores quando devem, sempre tentando tirar o corpo fora da tarefa que na verdade lhe cabem. São remuneradas para fazer um trabalho que não fazem. E se o professor pedir auxilio, aí é que fazem mais cara feia, pois acham que estão recebendo ordens.
Também batemos de frente com a má administração da escola. Diretores que não sabem se impor quando é necessário, não dão exemplo e também gostam de ver "o circo pegar fogo". Promovem um ambiente de desamor, estão interessados apenas no salário, do que verdadeiramente na melhoria do ensino e o bem dos alunos.
Me pergunto o motivo disso tudo. Gente, falamos tanto de uma educação de qualidade, lutamos tanto por um salário melhor, mas nos esquecemos dos princípios básicos e educação que nossos pais nos ensinaram?
Me pergunto até quando existirá professores que preferem negar ajuda, preferem desestimular outros professores e de quebra, ainda falar mal. Até quando haverá funcionários fazendo corpo mole porque julga que aquele trabalho não é dele, até quando vai existir falta de SOLIDARIEDADE? Por que alguém chega ao ponto de querer ver o outro pelas costas? Quando é que o "bom dia" e "boa tarde", vai sair do fundo do coração? E isto, quando existe o "bom dia" e "boa tarde"... Eu fico indignada com essas coisas.
E a sala de aula vira um grande espelho de tudo isso, né? Alunos desinteressados e salas indisciplinadas. Lidar com crianças e adolescentes, exige uma postura diferente. Como podemos exigir dos alunos, um ambiente de amor e solidariedade, quando nós mesmos não damos esse exemplo? Chega a ser ironia pedir para que os alunos compartilhem ideias e materiais, quando nós mesmos não fazemos isso.
Entendam que não estou querendo generalizar, mas sabemos que é muito mais fácil encontrar situações descritas acima, do que uma escola bem administrada, com funcionários sorridentes e professores focados em seus trabalhos sempre visando o bem do próximo. Existir, existe. Mas é raro.
Claro que escola perfeita nunca vai existir. Não somos obrigados a gostar de alguém ou de ir com a cara de fulano. Mas respeito, ética e profissionalismo, é algo que ultimamente tem sido deixado de lado.
Eu só faço votos de que um dia, a sala dos professores e as reuniões semanais, deixem de ser enfeite e que a união prevaleça em todas as escolas... Quem sabe um dia os eventuais e os novatos, possam ser bem recebidos, porque todos tiveram o seu início de carreira...
Quem sabe um dia, o ambiente escolar em todas as escolas, seja um ambiente de amor... E que tenhamos orgulho de nossas profissões, fazendo com que outros jovens queiram ser um dia professores!!!!!

2 comentários:

  1. Isso é a cara do funcionalismo público brasileiro, infelizemente.
    Espero que ainda estejamos vivos para ver a máquina pública trabalhar de fato, ser profissional, não só na área da educação, como nas demais áreas.

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  2. Boa noite!
    Meu nome é Marluce, sou formada em pedagogia. Moro em Guarulhos São Paulo. Há quatro anos trabalho como eventual. Vivencio tudo que você descreveu, e realmente não consigo entender porque tanta falta de respeito com o professor eventual. Afinal todos um dia já passaram pela a mesma situação.

    Amei as suas postagens. Parabéns!

    Marluce Barbosa

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